segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Um recomeçar diferente



Nem sempre é fácil. Não vai ser. Mas vai ter de ser.
Só a palavra recomeçar assusta e me assuta.
Onde se fecha uma porta abre-se uma janela e disso não tenho dúvidas.
setembro passou a fugir e há muitos anos atrás era um mês muito triste para mim, por várias razões:

era o fim das férias com o início do ano escolar e a minha mãe a forrar livros e livros sem fim com papel autocolante (não me lembro se forrava os meus e os dos alunos dela também),
era o fim do colo da minha mãe e do meu pai,
era o fim dos dias a acordar tarde, a ver a fórmula 1 com o fumo do tabaco no ar.

Depois com a partida do meu pai há 21 anos atrás, começou a ser um setembro bem diferente. O mês da sua partida. O mês em que o meu chão de menina tinha fugido e a minha mãe tinha recomeçado a reconstrução logo desde o primeiro segundo em que o meu pai partiu. O chão que piso hoje, foi o chão que avó birras preparou para mim, e é o que eu todos os dias tento um pouco preparar para birrinhas.

Espero conseguir construir para ele um terço desse chão.
A minha mãe devolveu-me a doçura de setembro e o que eu pisava em criança.

Hoje em 2018,

o setembro foi muito mais doce e por ironia, dei-me conta que me casei há 3 anos com o Homem que faz anos no mesmo dia que o meu pai partiu.

Não rejuvesneci de novo em setembro, rejuvesneci em março deste ano. Tenho um novo Homem na minha vida.

Um novo Manuel, o meu Birrinhas.

PS #eujuroquetinhaescritoistohámuitomaistempo #virose #todosdoentesemcasa

sábado, 1 de setembro de 2018

Publicidade escondida (sim isto não é bem sobre maternidade)

Queria dizer que por agora não pretendo viver do blog/página, fazer dele meio de ferramenta de trabalho, se me entendem, só se tiver mesmo, mesmo de ser. Gosto de escrever e foi para isso que o criei.
Criei-o para me libertar, de coisas boas e de coisas más. Quando era pequena escrevia muitas cartas para o meu pai. Num ataque de raiva, rasguei tudo. E hoje tenho o maior dos arrependimentos por não ter guardado as cartas. Gostaria de as reler. Gostaria talvez até de as ler à cria. Isto se calhar para dizer que a nossa geração está a assistir a uma mudança completa de profissões, de mentalidades, de pensamentos e outro dia pensei por cinco minutos que profissão teria a cria quando fosse grande. Não consegui imaginar.

Estou a divagar e não consigo ir logo direto ao assunto.
Já queria ter escrito isto há muito mais tempo.

Mas tive que fazer um “detox” forçado das redes sociais. Umas férias num local sem rede que por um lado deu para perceber o tempo que perdemos e que às vezes é tão precioso e tanta falta nos faz para a família, mas que por outro lado já não conseguimos viver sem um click no instagram ou no Facebook. Irónico isto!

Vamos a este desabafo (entendam assim):

Existem bloggers de profissão, influencers, youtubers. São plataformas que chegam a muita gente, porque são seguidas por milhares de pessoas. Tornou-se uma profissão com o avançar da tecnologia e das tendências de marketing. Sigo muitas bloggers. Gostos de muitas. Farto-me de rir com algumas. Sigo tendências de outras. Procuro produtos através de outras e acabo mesmo por os adquirir. É um facto. As bloggers chegam mesmo a muita gente.

Ficamos aqui:
Gosto de ver coisas boas e bem publicitadas. Sei que, sobretudo no caso das bloggers algumas coisas envolvem mesmo o pagamento, a chamada lei da oferta e da procura, como diz a A Pipoca Mais Doce “A chamada "win-win situation". Eu não me importo com isso, acho justo! Mas, acho justo se for feito de forma correta, com a transmissão de informação de forma correta. Recebam os produtos que quiserem como quiserem, chegam a muita gente, influenciam muita gente. Mas precisamente por isto, a informação precisa ser bem transmitida. Envolve trabalho, tempo, reuniões: uma série de merdocas e por isso mesmo, acho que se deveriam munir dos conhecimentos suficientes para transmitirem da melhor maneira ao público-alvo, o produto que pretendem publicitar.

Chegámos a um ponto que a meu ver que até nem é por culpa das bloggers mas sim das marcas que as procuram, quando se trata de produtos de saúde e isto preocupa-meé o meu ponto fraco. Sou farmacêutica de profissão e com a saúde não se brinca. Existem MUITAS pessoas que procuram informação no google, nos blogs, nos grupos de mães do Facebook, sobre produtos e como os usar e convém que a informação seja transmitida da melhor forma possível. Percebi que existe uma coisa muito gira, uma publicidade disfarçada. Também não sou contra. Desde que seja bem feita. A internet é um MUNDO. Pode ser COR-DE-ROSA. Mas pode ser NEGRO.

E hoje falo sobre a DEPURALINA EXPRESS que me dei ao trabalho de explorar a coisa porque já não estou a trabalhar em farmácia comunitária vai uns anos. A maioria de nós mulheres sabe que a depuralina é utilizada para a perda de peso. Mas para perdermos peso é preciso também estarmos predispostas para isso: para uma alteração dos hábitos alimentares e a prática de exercício físico. A toma de suplementos alimentares por si só, não é suficiente para a perda peso ser um sucesso e “vir para ficar”. Sim é verdade, que o excesso de peso condiciona a nossa auto-estima.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

O cicalfate!

O prometido é devido, já dizia a canção do Rui Veloso.

Sou farmacêutica de profissão, mas um dos meus grandes defeitos no feitio e na vida e em tudo é ser insegura. Até nisto da maternidade eu o sou. Quem não o é?!

Por tudo e por nada lá vai uma mensagem à pediatra com uma dúvida. Nos primeiros dias do gaiato ter nascido as mensagens eram imensas. Era tudo a acontecer ao mesmo tempo, que eu aí até tinha uma certa razão para enviar as ditas "sms".

Um dia, já não sei porque carga de água o gaiato tinha o rabo (epá diminutivos de "rabinho" não me apetece hoje) assado e eu virei-me para a minha mãe:

Eu - Se calhar mandava uma mensagem à pediatra a perguntar o que é que meto no rabinho do bebe! (por acaso aqui disse rabinho sim!) O que achas?

Avó - Desculpa lá, mas eu andei-te a pagar um curso para que?! Realmente, tu chumbavas e repetias cadeiras vezes sem conta (ela tem uma certa razão aqui). Tantos exames repetidos? Tanta coisa, para tu agora nem saberes que creme é que has-de por no rabo do gaiato?! Mas tu tens medo do que?

No fundo, no fundo eu sabia que o Bepanthene pomada (que usei nas gretas dos mamilos e desconhecia esse uso- outra coisa que talvez fale) e que o uriage 1er change que até tinha cá em casa, podiam resolver a questão. Mas queria ver o que é que a pediadra dizia. E para a mim o que a pediatra da cria diz é SAGRADO!