Nem sempre é fácil. Não vai ser. Mas vai ter de ser.
Só a palavra recomeçar assusta e me assuta.
Onde se fecha uma porta abre-se uma janela e disso não tenho dúvidas.
setembro passou a fugir e há muitos anos atrás era um mês muito triste para mim, por várias razões:
era o fim das férias com o início do ano escolar e a minha mãe a forrar livros e livros sem fim com papel autocolante (não me lembro se forrava os meus e os dos alunos dela também),
era o fim do colo da minha mãe e do meu pai,
era o fim dos dias a acordar tarde, a ver a fórmula 1 com o fumo do tabaco no ar.
Depois com a partida do meu pai há 21 anos atrás, começou a ser um setembro bem diferente. O mês da sua partida. O mês em que o meu chão de menina tinha fugido e a minha mãe tinha recomeçado a reconstrução logo desde o primeiro segundo em que o meu pai partiu. O chão que piso hoje, foi o chão que avó birras preparou para mim, e é o que eu todos os dias tento um pouco preparar para birrinhas.
Espero conseguir construir para ele um terço desse chão.
A minha mãe devolveu-me a doçura de setembro e o que eu pisava em criança.
Hoje em 2018,
o setembro foi muito mais doce e por ironia, dei-me conta que me casei há 3 anos com o Homem que faz anos no mesmo dia que o meu pai partiu.
Não rejuvesneci de novo em setembro, rejuvesneci em março deste ano. Tenho um novo Homem na minha vida.
Um novo Manuel, o meu Birrinhas.
PS #eujuroquetinhaescritoistohámuitomaistempo #virose #todosdoentesemcasa
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